Colonia Suiza.
A ideia inicial era visitar a fábrica da cervejaria Berlina, uma das maiores e mais importantes da região, que fica em Colonia Suiza, um vilarejo histórico situado a 25 km de Bariloche. Estava um dia ensolarado e com pouco vento, diferentemente dos dias anteriores. O povoado é bastante pequeno, praticamente uma rua de pouco mais de 1 km com casas e comércio dos dois lados e foi o primeiro assentamento europeu na região, no final do século XIX, mantendo as mesmas características. Há muita opção de bar e restaurantes típicos, e não são poucos os lugares que vendem cervejas artesanais.
Como era domingo, a cidade estava movimentada por causa da feira local, muito conhecida em toda a região. Abortamos a ideia inicial de visitar a fábrica da Berlina e resolvemos passar a tarde na feira, que tinha muitas opções legais de comida e bebida feita por pequenos produtores.
Lá tivemos a oportunidade de conhecer alguns cervejeiros caseiros, que têm permissão para vender sua própria cerveja, diferentemente do que ocorre no Brasil, onde essa atividade é proibida. De um modo geral, as cervejas são categorizadas por cor (amarela, vermelha e negra), não exatamente por estilo (pilsen, pale ale, stout, por exemplo). As exceções são para as cervejas “especiais”, geralmente american IPA ou IPA patagônica (mais informações sobre esse estilo em breve, em outro post).
Abaixo algumas cervejas que experimentamos por lá.
Valais
Cervejeiro caseiro, produz cerca de 250 litros por mês e toda sua produção é vendida em Colonia Suiza. Além de cerveja, produz suco e vinho doce de framboesa, que pode ser misturado com a cerveja se você quiser.
Provamos a cerveja vermelha (roja), mais maltada, lembrando uma pale ale, e uma vermelha com vinho doce de framboesa. Os primeiros goles estavam deliciosos, mas depois foi ficando um pouco enjoativa. Vale a experiência!
El Navegante
Em frente à barraca havia 2 pés de lúpulos (as condições climáticas da região favorecem o cultivo da planta). O vendedor, amigo do cervejeiro, disse que a produção gira em torno de 500 litros por mês e que é tudo vendido na feira. As cervejas servidas em chope também seguem o padrão de identificação por cor (dourada, vermelha e negra). Experimentei as 3 e gostei mais da dourada, que estava muito aromática, equilibrada e refrescante.
Haviam vários outros estilos em garrafas, mas não conseguimos experimentar no dia.
O sol já estava se pondo e o frio começou a aumentar. Algumas barracas estavam sendo abertas naquele momento, e vimos que muitas vendiam cervejas artesanais. A vontade era de ficar mais um pouco, mas foi bom ter ido embora com a sensação de que havia mais coisas para experimentar e mais gente para conhecer. Do jeito que a cena cervejeira está crescendo rapidamente na região de Bariloche, é bem provável que daqui a poucos anos a tradicional feira de Colonia Suiza se torne uma importante feira de cervejas artesanais. Voltaremos lá para conferir!