Brouwcafé De Molen – Cervejaria De Molen
Já mencionei anteriormente que, se existe uma cervejaria que mostrou ao mundo que a Holanda não se resume à Heineken, essa cervejaria é a De Molen. Apesar de relativamente nova, suas cervejas ousadas e muito bem feitas chamaram a atenção da comunidade cervejeira de tal modo que, em muitos sites de avaliação, a Molen aparece como uma das melhores cervejarias do mundo!
Apesar de estar há apenas 50 km de Amsterdam, em uma cidadezinha chamada Bodegraven, a ida de trem é um pouco demorada, pois é preciso passar por Leiden e fazer a conexão. Ao todo, gastamos 1h e 30 do centro até a estação da cidade. O clima é bastante interiorano, a cidade é muito simpática e não há nem sinal de turistas, a não ser os lunáticos que aparecem por lá para terem a experiência de tomar uma De Molen fresca e levar algumas garrafas para casa.
De Molen significa literalmente “O Moinho”, e o café da cervejaria fica em um belo moinho à beira de um canal. Como chegamos numa quarta-feira no horário de almoço, as coisas estavam muito calmas, basicamente locais almoçando e tomando uma cerveja. Aproveitamos que o dia estava ensolarado e sentamos na parte externa para apreciar o moinho enquanto experimentávamos algumas das melhores cervejas da viagem:
- Hop e Liefde (American Pale Ale): como pede o estilo, é uma cerveja de corpo médio, aromática e de amargor mediano. Diferentemente das americanas clássicas, tem uma base de caramelo mais perceptível e aroma herbal de lúpulos alemães.
- Half Life: cerveja da Tempest, cervejaria “convidada”. Session IPA bem ao estilo americano: dourada, turva e com intenso aroma cítrico e frutado.
- Vluur e Vlam (IPA): âmbar, levemente turva, caramelo de malte e aroma de lúpulos cítricos e florais. Corpo mediano, amargor intenso e persistente mas muito bem equilibrado no conjunto. Excelente!
- Hamer e Sikkel (Porter): marrom escura, brilhante. Corpo leve, aroma e sabor intenso de café torrado e um pouco picante. Muito boa!
Teste de Russian Imperial Stout (3 amostras de 100 ml)
- Hel e Verdoemis (RIS clássica): negra, densa, cremosa. Aroma e sabor de café, chocolate, castanhas e madeira (resina de lúpulo?). Amargor de intensidade média-alta, equilibrando o dulçor do malte e conferindo um sabor herbal refrescante. Sensacional!
- Ali e Baba (RIS com semente de gergelim tostada): negra, densa, espessa. Aroma lembrando pasta árabe de gergelim. Encorpada, aveludada, amargor médio-baixo, destacando o dulçor residual de malte. Achei que o gergelim deixou a cerveja um pouco oleosa e enjoativa. Não curti muito a combinação.
- Mout e Mocca (RIS mais intensa que a primeira): Muito parecida com a Hel e Verdoemis, porém um pouco mais alcoólica. Igualmente boa, mas achei a primeira mais equilibrada e saborosa.
No meu ranking, a Hel e Verdoemis, uma RIS clássica, foi a melhor. Simplicidade e equilíbrio têm o seu lugar.