Uma das coisas que sempre nos atraiu no processo de fabricação de cerveja artesanal foi fazer experimentações: criar cervejas próprias de acordo com a nossa vontade ou poder recriar cervejas clássicas à nossa maneira. Ao longo dos últimos anos foram muitas produções, quase nunca repetindo receitas. Compartilhamos aqui algumas que consideramos especiais.
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Dortmunder Export
Pilsner Export
Maltes: pilsen e viena
Lúpulos: hallertau mittelfrüh e saaz
Levedura: w 34/70
Existe um ensinamento no meio cervejeiro: toda cervejaria tem que ter uma boa Pilsen. Para não ficarmos fora da regra, criamos um típica pilsner export com maltes alemães e lúpulos da Alemanha e da República Checa. O processo é bastante demorado e caro, pois adicionamos lúpulos em várias etapas do processo e deixamos a cerveja maturar bastante tempo (cerca de 2 meses) para que tenha uma boa clarificação natural. O resultado é incrível: dourada, naturalmente limpa, aroma e sabor levemente adocicado e floral, com amargor de lúpulo de intensidade mediana. Muito saborosa e refrescante!
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Natalator
Doppelbock
Maltes: munich, trigo, caramunich I e carafa I
Lúpulo: magnum e hallertau tradition
Levedura: W-34/70
Nossa cerveja especial para a ceia de Natal, quando reunimos a família e servimos a ceia com nossas tradicionais carnes de porco assadas por horas. Essa cerveja forte, escura e encorpada possui 8% de álcool, aroma e sabor de caramelo e frutas secas, harmonizando perfeitamente com os pratos natalinos. Produzimos em outubro e deixamos maturar por 2 meses até que fique pronta.
Em abril de 2018, foi considerada a melhor cerveja caseira do Concurso Estadual da Acerva Mineira (Best of Show), competindo com mais de 100 cervejas caseiras das mais diversas categorias.
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Carnavália
(South) American Wheat com goiaba (colab Cervejaria Vinil)
Maltes: pilsen, viena e trigo
Lúpulos: magnum para amargor
Levedura: US 05 (perfil neutro)
Outros: polpa de goiaba e hibisco para cor
Cerveja levemente rosada e turva, com aroma e sabor de goiaba. Corpo leve, cremosa, baixa acidez e amargor moderado.
A Dos Reis + a Cervejaria Vinil fizeram essa cerveja para o Carnaval de 2018, e o sucesso foi tamanho que pretendemos repetir a receita nos próximos anos, sempre substituindo a fruta. “South american wheat” é uma brincadeira que remete ao fato de priorizarmos ingredientes locais, mas não é um estilo reconhecido pelos guias internacionais.
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Saison D’Ignez com suco de uva branc0
Strong Belgian Saison
Maltes: pilsen e trigo claro
Lúpulos: perle e hallertau blanc
Levedura: belle saison
Outros: dry hopping de pekko (4g/L) e suco de uva verde
Cerveja dourada, levemente turva, com creme branco compacto, persistente. Aroma e sabor bastante frutado, destacando uva verde. Bastante potente, com cerca de 9% de álcool, mas com bom equilíbrio de dulçor e amargor, leve acidez, final de boca seco. É nossa cerveja festiva, produzimos apenas uma vez por ano, para as festas de dezembro. Como nossa avó gostava muito de nossas cervejas e de vinho branco, resolvemos criar essa versão especialmente para ela.
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Campesina
Belgian Saison
Maltes: pilsen e trigo claro
Lúpulos: perle e styrian goldings
Levedura: White Labs Belgian Saison II
Outros: dry hopping de styrian goldings
Cerveja dourada, levemente turva, com creme branco compacto, persistente. Aroma predominantemente frutado e herbal, contribuição da levedura especial e do dry hopping com lúpulo nobre europeu. Bom equilíbrio de dulçor e amargor, leve acidez, final de boca seco. Apesar de ter 7% de álcool, aparenta ser leve e refrescante.
Foi avaliada como uma das melhores cervejas do Concurso Nacional das Acervas de 2013, concorrendo com quase 500 amostras. Recebeu 45 pontos em 50, sendo considerada referência mundial do estilo.
Atualização:
Como gostamos muito desse estilo, todos os anos fazemos uma Saison com pequenas variações da receita original. No ano de 2017, foi medalha de prata no Concurso Nacional das Acervas, categoria Belgian Saison, além de ser considerada a melhor cerveja “ale” clara da competição, que teve mais de 600 amostras.
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Moscata
Pumpkin Ale
Maltes: Pale Ale, Cara Red e Centeio
Lúpulos: Magnum e Fuggles
Levedura: US-05
Outros: abóbora e gengibre
Cerveja produzida para o Brücke Experience de outubro de 2017. Coloração alaranjada, lembrando abóbora, cremosa e espuma consistente. A abóbora e e o gengibre são percebidos no aroma e no sabor, sendo que o gengibre o responsável pela refrescância que esperávamos na nossa cerveja. Já o centeio traz um pouco de picância e sensação de condimento, deixando a cerveja mais complexa. Todo o processo foi muito lento, trabalhoso e cansativo, mas o resultado valeu a pena, toda a produção se esgotou em pouco mais de duas semanas!
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Maria Brettânea
Maltes: pilsen, cristal, caramunich
Lúpulo: citra
Levedura: american farmhouse ale
Outros: 2 quilos de jaboticaba macerada no fermentador, levando a uma 2ª fermentação. Após 2 meses de maturação a frio, finalmente foi envasada e refermentada na garrafa.
Bem antes da moda das cervejas com adição de frutas chegar ao Brasil, fizemos no início de 2014 essa specialty ale com Brett e jabuticaba macerada do quintal de casa. Considerada por muitas pessoas a melhor cerveja caseira daquele ano.
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Viagrator
Old Ale envelhecida em madeira
50% Doppelbock feita com pau de catuaba
e 50% Baltic Porter envelhecida 2 meses em barris de carvalho francês (cervejaria Loba)
Cerveja colaborativa com Léo Nascimento, na época um dos cervejeiros da cervejaria Loba. Após envasada, a cerveja ficou envelhecendo por 12 meses sob temperatura controlada (10ºC).
Cerveja marrom escura, opaca, creme bege consistente. Aroma de caramelo escuro, bala toffee, madeira e baunilha. Encorpada, densa, aquecimento alcóolico perceptível mas bem inserido. Uma cerveja de inverno, para beber devagar.
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A-rosa
Maltes: pilsen, viena, carapils
Lúpulo: cascade
Levedura: W-34/70 (lager)
Outros: 2 quilos de arroz negro, semente de coentro, zimbro.
Specialty beer feita com 40% de arroz negro do Rio Grande do Sul. O processo foi bastante complicado, pois o arroz precisa ser preparado à parte antes de ser colocado na panela com os grãos de malte. Mas o resultado valeu o esforço: cerveja dourada, limpa, com creme branco com toques rosados do arroz negro. Aroma predominantemente condimentado, remetendo a coentro, zimbro e um toque amendoado do arroz negro. Corpo leve, carbonatação moderada, bastante refrescante!
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Centelha
Cerveja de Centeio defumada
Maltes: pilsen, centeio, cristal, defumado
Lúpulo: perle
Levedura: wB-06
Cerveja rústica, feita no método clássico, decocção tripla, processo lento e bastante trabalhoso. Coloração cobre, turva, creme bege denso e persistente. Aroma de malte defumado, um pouco de caramelo e leve picância do centeio; frutado e condimentado da levedura. Gosto predominantemente defumado com um pouco de picância, bom equilíbrio de dulçor, amargor e acidez. Corpo médio, cremosa, bem carbonatada, nutritiva. Recebeu menção honrosa no Encontro Nacional das Acervas de 2015.
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Thai witbier
Witbier exótica
Maltes: pilsen, trigo belga claro
Lúpulo: citra e simcoe
Levedura: mangroove belgian ale
Outros: semente de coentro, casca de laranja, gengibre e cardamomo
Presente de casamento para um amigo que foi passar a lua de mel na Tailândia. A ideia era fazer uma cerveja leve, refrescante e bem “temperada”. O resultado final foi muito bom: o gengibre e o cardamomo (que deve ser usado com muita moderação) conferiram complexidade e refrescância a essa receita belga icônica.
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Doppelsticke Dos Reis
Maltes: Munich, Caramunich II, Carafa
Lúpulo: Magnum e Spalter
Levedura: W-34/70
Uma altbier com o dobro de intensidade, é um tipo de cerveja alemã praticamente inexistente no Brasil. Nossa doppelsticke é vermelha, limpa, com um creme branco persistente. Aroma maltado remetendo a caramelo, bala toffee e um leve torrado; floral de lúpulo de baixa intensidade. Sabor maltado intenso seguido de amargor de média intensidade e persistência para equilibrar o dulçor do malte. Uma cerveja encorpada e densa, ideal para quem gosta muito de malte mas não abre mão da pegada do lúpulo.
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Oatmetal
Oatmeal stout
Maltes: pale ale, cristal, chocolate, carafa
Lúpulos: target, fuggles
Levedura: S-04
Outros: aveia em flocos assada no forno por 30 minutos
Uma oatmeal stout cremosa com uma pegada de lúpulo mais forte e um toque amendoado decorrente da caramelização da aveia assada. Escura, opaca, creme bege denso e persistente. Sabor intenso de malte escuro, remetendo a café e chocolate, com leve herbal e mineral de lúpulos ingleses. Bom equilíbrio de dulçor e amargor, que persiste medianamente após o gole; leve acidez de maltes escuros. Corpo médio-baixo, cremosa, carbonatação mediana, baixa adstringência, sem aquecimento alcoólico.
Recebeu medalha de prata no Concurso Estadual da Acerva Mineira de 2015.